Vi passear as Tágides no final de uma destas tardes. Levavam os seios a descoberto, os cabelos escorridos e sem pudor algum vagueavam por entre a multidão. As longas pernas franziam em pregas nos joelhos, escamas douradas e prateadas que reflectiam a luz, quase cegavam o povo que passava indiferente. Suspiravam entre si melodias e assobiavam o rebentar das ondas do mar no leito do rio. Os seus gestos doces, coreografados, agarraram a minha alma. Consegui vê-las! Estupefacto assisti ao ensaio da eternidade. Porque nem todos as podem ver...
domingo, 29 de abril de 2007
domingo, 8 de abril de 2007
Fulgor

Há luz sem lume aceso
Mas sem amar o calor
À flor de um fogo preso
À luz do meu claro amor
Há madressilvas aos pés
E águas lavam o rosto
Dedos que tens em respeito
Oh, meu amante deposto
Não foram poemas nem prosas
Que colheste do meu colo
Foram cardos, foram rosas
Arrancadas do meu solo
Porque tu ainda me queres
O amor que ainda fazemos
Dá-me um sinal se puderes
Seremos amantes supremos
Será sempre a subir
Ao cimo de ti
Só para te sentir
Será do alto de mim
Que um corpo um só
Exala o seu fim.
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