terça-feira, 30 de setembro de 2008

10


Para acabar um dia estúpido, uma festa porque sim.
Um panfleto, jornal ou qualquer coisa parecida em forma de desdobrável descobria um cartão com o número 10. O aniversário da discoteca in de Lx, ou diria hip. Não sei, mas continua a valer a pena pela vista nocturna sobre o rio, azul veludo como a capa do filme Blue Velvet do David Lynch. É o lugar exacto onde me lembro sempre do fado "Sei de um Rio". Demasiadas referências, não?
Vi caras conhecidas, umas feias outras bonitas, outras ainda arranjadas, super produzidas, alguns que sorria, barbas de 3 dias, peles morenas, pernas descobertas, super sedosas so olhar, saltos de causar vertigens, uns trendy, outros casual, muito show off devido às más ou diferentes (isso já não sei) interpretações do convite. Continuam a sobressair aqueles que são naturalmente elegantes e isso, por muito mais que se tente é uma coisa natural que, como diz a minha avó, que é muito sábia: "Muitos, nem com ouro em cima!". Mas depois pensei que um ambiente tão heterogéneo é salutar. Aqui não é um tópico muito comum, mas a festa deu o mote e o Lux incutiu o espírito (foi e continua a ser um trabalho árduo que já conta 10 anos) de que cada um podia ser o que quizesse por uma noite, o que é fabuloso num país que já treme hoje de madrugada com a ameaça de crise financeira. Quanto a isso uma gargalhada, já que na festa foram escassas.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Há dias em que a minha estupidez fala por cima da censura. Hoje foi um deles. Mas também não será isso normal? Afinal sou humano, ou melhor, tento sê-lo!

domingo, 28 de setembro de 2008

Don't Give Up, You Are Loved!



Definitivamente gosto desta música.

Alvorada



Estas últimas semanas têm sido muito agitadas, de gritos mesmo, diria eu. Finalmente vou ter uns merecidos dias de descanso! Decidimos, Sexta-feira à última hora, ir passar o fim-de-semana ao Alentejo para repôr energias e encarar melhor a semana que se avizinha, rever a família, matar saudades da Nina, cantar os parabéns ao Gui e comer bem e dormir ainda melhor.
Hoje acordei, no meu Alentejo, na minha cama de sempre com o cheiro a ervas no ar. O mesmo cheiro que me invade as narinas sempre que saio da auto-estrada e abro os vidros do carro para arejar o seu interior, o mesmo que o meu pai comentava ainda ontem na esplanada, quando o Sol ainda não se tinha intimidado com a chuva miudinha que caiu hoje... Um cheiro fresco que me revitaliza e me anima em época SAD (Seasonal Afective Desease). Acho que, inclusivamente, me ajuda a decidir, a diferenciar, a pensar... e tantas e tantas coisas em que tenho pensado.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008


ÀS VEZES SINTO QUE CONSIGO TOCAR NA MINH'ALMA.

E Por Vezes...


E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos.
E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos o choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Mad Mania


Gosto da Madonna.

Não é segredo para ninguém até mesmo porque desde a minha infância sempre fui um fã confesso da dita rainha da pop music ao ponto de toda a gente o referenciar e nunca ser muito difícil escolher-me um presente de aniversário, que qualquer disco da cantora assentaria bem.
Gosto de memórias do passado e por algum motivo certas coisas ficam gravadas a ferro e fogo na nossa mente. Eu lembro-me de várias, mas uma em especial. Lembro-me de nuestros hermanos espanhóis terem a visita de Madonna em 1990 durante a Blond Ambition Tour. Eu tinha 10 anos na altura e, a muito custo, lá fui convencendo a minha mãe a ficar acordado para assistir ao directo do concerto da diva (sim a TVE fez isso) a partir do Palau Saint Jordi de Barcelona. A Pepsi patrocinava essa tournée e vendiam-se réplicas da roupa interior usada por Madonna. A minha prima vestia-se como ela com uma saia de tule preta e tinha inclusivamente uma cruz pendurada ao pescoço e o cabelo loiro. Recordo-me perfeitamente de ficar extasiado ao ver a Madonna descer umas escadas com um fato riscado e do icónico bustier criado por Jean Paul Gaultier inspirado na lengerie e no espartilho. Tornava a cantora provocativa, sensual e dava-lhe um toque de modernidade que só conseguiria vir a entender mais tarde depois de ter passado a fase depurada e minimalista dos 90. Ela, realmente, consegue captar como ninguém as brisas intemporais de cada era e observa as pessoas da rua, cria o seu próprio espectáculo, reinventa-se, impõe tendências e estilos que perduram. Única e irrepreensível sabe de onde vem e para onde vai. Agora, à distância de uns largos anos e de uma semana do concerto no Parque da Bela Vista, nesse sítio horrível onde não voltarei nem sequer para a ver novamente (sim porque eu posso dizer que vi a Madonna e o concerto), consigo admirá-la mais que nunca. Uma mulher, mãe, cidadã do mundo, figura de importância social e grande poder interventivo, reconhece o Bem e o Mal, apoia incondicionalmente, humaniza, adopta uma criança e faz que o mundo se sensibilize para as catástrofes humanitárias e naturais. Monta o Maior Espectáculo do Mundo com sentido, carisma e humor, reparte alegria e emociona o público, emociona-se e afirma-se como a rainha incondicional, a verdadeira Master. Madonna é artista, reconhecida pelos próprios, faz da pop music um lugar distante de uma batida certeira e uma letra melodiosa, associa-se a quem melhor sabe, a quem mais tem de vanguarda e dita-lhes as regras. Ela quer, pode e manda, ela é a Madonna.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Reflexão

Por todos os motivos e mais algum que me possam ocorrer neste preciso momento resolvi transcrever esta reflexão que li no blog de alguém que me parece ter uma perspectiva super positiva sobre a vida e o ser humano. Numa fase em que toda a gente se tenta encontrar sem sequer se procurar deveríamos parar e reflectir, olhar para nós, para os que nos rodeiam, para os próximos e os mais afastados e ver aquilo que somos, o que queremos ser, onde estamos e para onde vamos. Mas sobretudo devemos agir sem medo. Fazer qualquer coisa nem que seja parar para olhar as folhas das árvores que começam a cair ou sentir como o vento frio já sopra e nos aconchegamoss tão bem quando caminhamos junto de quem gostamos...
"Depois de algum tempo, aprendes a diferença, a subtil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que «amar» não significa apoiar-se e que «companhia» nem sempre significa segurança. Começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começas a aceitar as tuas derrotas de cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de uma criança e não com a tristeza de um adulto. E aprendes a construir as tuas estradas no hoje, porque o amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de se partir ao meio em vão. Depois de algum tempo, aprendes que não importa o quanto te importas, algumas pessoas simplesmente não se importam. E aceitas que não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai magoar-te de vez em quando e deves perdoá-la por isso. Aprendes que falar, pode aliviar dores emocionais. Descobres que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que podes fazer coisas num instante, das quais te arrependerás para o resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tu tens na vida, mas quem tens na vida. Descobres que os amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos de mudar os amigos, se compreendermos que os amigos mudam. E descobres que o teu amigo e tu podem fazer qualquer coisa ou nada para terem bons momentos juntos. E descobres que as pessoas com quem mais te importas na vida, são tiradas de ti muito depressa; por isso, devemos sempre deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vemos. Aprendes que as circunstâncias e o ambiente têm muita influência sobre nós, mas que não deixamos de ser responsáveis por nós próprios. Aprendes que paciência requer muita prática. Aprendes que quando estás com raiva, tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de seres cruel. Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes, tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, tu serás, em algum momento, condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que o consertes. E, finalmente, aprendes que o tempo, não é algo que possa voltar para trás. Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperar que alguém te traga flores. E percebes que... realmente podes suportar... que, realmente, és forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensares que não podes mais! E que, realmente, a vida tem valor, e que tu tens valor diante da vida! E só nos faz perder o bem que poderíamos conquistar, o medo de tentar!"

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Por entre a chuva


Caminho mais uns passos entre rasgos de chuva miudinha. Sinto as suas pequenas gotas humedecerem-me o rosto e apresso o passo para me resguardar no carro. Chave rodada na ignição e oiço os pneus chiarem pelo deslizar da borracha sobre a água que penetra no alcatrão ressequido. Agora as partículas de água deslocam-se contra mim em alta velocidade sem me tocarem, como se estivesse protegido numa cápsula do tempo, neste redoma de vidro onde o silêncio se quebra com o fado "A sós com a noite", mesmo a calhar para a ocasião. Antes assim fosse porque nos últimos tempo tenho contado as madrugadas no cumprimento do dever. Ainda estou ensonado, bocejo ao cair do sinal vermelho e procuro novo ponto de atenção. As pedras da calçada estão mais limpas que nos últimos meses, polidas pela chuva e iluminadas pelos faróis dos automóveis que parecem fazer clarear um dia que se adensa cinzento. Acelero e de novo as gotas correm sobre os vidros no sentido contrário e observo como se dissipam em gotículas, como caminham para a destruição. Merecia ser fotografado este acontecimento. Talvez um dia numa qualquer máquina de lavagem automática para automóveis.

terça-feira, 2 de setembro de 2008