quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Negras águas


Pus meu sonho num navio
E o navio em cima do mar.
Depois abri o mar com as mãos
Para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
Do azul, das ondas, entreabertas.
E a cor que escorre dos meus dedos
Colore as areias desertas.
O vento vem, vindo de longe,
A noite se curva de frio.
Debaixo d'água vai morrendo um sonho,
Vai morrendo dentro do navio.
Chorarei quanto for preciso
Para fazer com que o mar cresça
E o meu navio chegue ao fundo
E o meu sonho desapareça.

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